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DONA ANA GARDEN RESORT

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As Amendoeiras em Flor

Lagos, 03 de Março de 2012

As Amendoeiras em Flor

Hoje venho partilhar convosco este momento lindo.

Neste mês de Fevereiro, pelo meu caminho em Lagos, encontrei, entre outras, uma amendoeira jovem e carregadíssima de flores. Fiquei contente porque isso é prenúncio de muitas amêndoas este ano, pois cada flor será uma amêndoa, se não for arrancada à árvore. Assim deixei todas as flores na árvore e fixei o momento com a máquina fotográfica. Na minha adolescência, aprendi que, em Portugal, só temos amendoeiras no Algarve e no vale do rio Douro e, apesar de se tratar de um facto, achei isso lindo: parecia-me um abraço entre o sul e o norte. 

Mais uma vez, me lembrei da Lenda das Amendoeiras em Flor. Conta a lenda assim:

Há muitos séculos, entre os anos 716 e 1248, os árabes ocuparam todo este território que anteriormente tinha sido ocupado pelos romanos e a seguir pelos visigodos. Os árabes tinham, neste território, o mesmo sistema administrativo que tinham nas suas terras, isto é, cidades-Estado como os territórios que depois se denominaram Itália, Grécia, … Era comum naquela época. Os árabes denominaram esta parte do território Al-Gharb e em Chelb, futura Silves, reinava o famoso e jovem Ibn Almundim que nunca tinha conhecido uma derrota, pois eles andavam sempre em guerra: ou uns contra os outros ou contra os infiéis.

Certo dia, entre os prisioneiros que os oficiais-militares de Ibn Almundim trouxeram de uma grande batalha,1 este viu uma linda jovem, princesa, de olhos azuis e porte altivo. Chamava-se GILDA e era conhecida como a Bela Princesa do Norte (mais precisamente do Leste). Impressionado com tamanha beleza, o rei mouro tirou-a das concubinas para o servir e, a pouco e pouco, foi-lhe conquistando a confiança. Certo dia, confessou-lhe o seu amor e pediu-lhe para ser sua esposa, depois de adoptar a religião muçulmana.

Durante algum tempo foram muito felizes e o palácio estava sempre em festa, mas a princesa Gilda ia ficando cada vez mais triste e mais doente; uma tristeza profunda que a fazia recusar a comida e passava os dias sozinha nos seus aposentos sem querer ver ninguém …

Ibn Almundim mandou chamar os melhores médicos do seu reino e de reinos mais distantes, mas nenhum conseguiu curar a sua amada e ele já estava desesperado.

O acontecido espalhou-se por todo o palácio e chegou ao conhecimento dos prisioneiros que vieram com Gilda. Então um cativo já idoso, ainda familiar/serviçal de Gilda, pediu ao rei para ser recebido e revelou-lhe que a princesa sofria de nostalgia da neve abundante que havia no seu país distante. O rei de imediato chamou os seus conselheiros que lhe sugeriram que mandasse plantar amendoeiras por todo o reino. Muitas amendoeiras e, quando estas florissem e as suas pétalas caíssem ao chão, dariam à princesa a ilusão da neve da sua terra.

O rei assim fez e no mês de Fevereiro do ano seguinte, quando as amendoeiras já estavam todas floridas e muitas pétalas pelo chão, ele convidou a princesa Gilda ao terraço mais alto do castelo e disse-lhe:

ü Gilda, vem comigo à varanda da torre mais alta do castelo e contemplarás um espectáculo encantador!

ü  Vê – disse-lhe o rei sorrindo – como Alá é amável contigo. Os teus desejos estão cumpridos.

ü  Ah! - exclamou ela.

Lágrimas de alegria surgiram nos seus lindos olhos azuis.

Gilda ficou tão contente que dentro em pouco estava completamente curada. A tristeza que a matava lentamente tinha desaparecido e Gilda sentiu que as suas forças regressavam ao presenciar aquela visão indescritível do branco alvo que se estendia a perder de vista. Sentia-se alegre e satisfeita junto do rei que adorava. E todos os anos, no início da primavera, ela via do alto da torre, vezes sem conta, as amendoeiras cobertas de lindas flores brancas que lhe lembravam os campos cobertos de neve da sua terra.

O rei mouro e a princesa Gilda viveram longos anos muito felizes e esperando ansiosos a chegada do mês de Fevereiro … porque o mês de Fevereiro trazia sempre, ano após ano, o maravilhoso espectáculo das amendoeiras em flor!

1 Um estudante, natural da Ucrânia, conversando comigo sobre esta lenda, contou-me que os pais lhe disseram que a jovem princesa, Gilda, devia ser da Ucrânia porque naquela época, muita gente daquelas terras foi raptada para os haréns árabes do ocidente e Gilda é um nome que lá existe.

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Assim se explica também a abundância de amendoeiras que tem existido no Algarve e daí também a doçaria algarvia utilizar amêndoas em abundância em muitas e variadas receitas.

Quem quiser apreciar esta lenda em banda desenhada, só tem de clicar neste portal:

   http://www.junior.te.pt/servlets/Jardim?P=Historias&ID=20

 

CONFRARIA BOLOS D. RODRIGO

 

CONTACTOS:

mailto:confrariabolosdrodrigo@iol.pt

Tlm: +351 916 175 209

lagos

Lagos é uma bonita cidade no sudoeste algarvio. A sua história permaneceu ligada ao Atlântico, tendo sido daqui que partiram as caravelas do Infante D. Henrique, o Grande Navegador, para mundos desconhecidos durante o século XV. Nessa época, o pequeno porto de Lagos era um grande centro internacional de navegação e um ponto de cruzamento de muitas civilizações. Lagos, do termo romano “lacobriga”, orgulha-se da sua herança histórica, combinando-a harmoniosa e elegantemente com as exigências de uma cidade.
O Algarve – Costa de Ouro – é uma das mais bonitas regiões da Europa. Na costa ou no interior, existem paisagens fantásticas e interessantes locais para visitar.

Maravilhosas praias de areia fina branca, água cristalina e grutas labirínticas. As actividades náuticas são muito populares e este é um excitante lugar para passar férias.

Lagos tem uma rica tradição marítima e são muitos os monumentos que testemunham isso.

As muralhas antigas da cidade, reconstruidas após o terramoto de 1755, mantiveram seguros os segredos da cidade. Ruinas, museus e edifícios reportam para o tempo dos Fenícios, Cartagineses, Romanos e Mouros.
A Igreja de Santo António, igreja barroca do século XVII, tem como patrono Sto. António, o Santo Milagreiro. O tecto em madeira é decorado com pinturas em relevo. As paredes apresentam oito retratos do Santo. No seu interior, existe ainda um museu precioso com uma importante colecção de peças de arte sacra e menires de 4.000 a 3.000 A.C., bem como vestígios romanos.
Outros lugares históricos são o Mercado dos Escravos que data do século XV, actualmente uma galeria de arte, e o Forte da Ponta da Bandeira, uma fortaleza lindíssima do século XVII.
A influência árabe está muito presente na arquitectura citadina, sendo a Rua da Barroca disso exemplo. Muito interessante também é a calçada típica portuguesa com desenhos marítimos por toda a cidade.

Lagos, 24 de Janeiro de 2014

Sobre Os Dom Rodrigo

Os bolos D. Rodrigo têm a sua a origem em Lagos, quando Lagos era a capital do Algarve e, portanto, cá havia o Palácio do Governador (do Algarve) e surgiram no dia 01 de Abril de 1754, data da recepção oferecida pelo Alcaide de Lagos ao recém nomeado Governador do Algarve, Capitão-General D. Rodrigo António de Noronha e Menezes que tomava posse. Além da recepção festiva na sua chegada e da sua família a Lagos também houve um almoço-recepção no castelo do alcaide com a presença de todas as edilidades mais importantes de Lagos e arredores. As freiras do Convento do Carmo de Lagos, as Irmãs Carmelitas, também quiseram presentear o Governador do Algarve que tomava posse e, com a permissão do alcaide trouxeram para a mesa duas grandes e ovais travessas de prata de BOLOS D. RODRIGO e a Madre Superiora Carmelita, também convidada, explicou a D. Rodrigo estes bolos que lhe ofereciam, criados para esta ocasião e que foram denominados BOLOS D. RODRIGO.

Assim os BOLOS D. RODRIGO são bolos conventuais, criados no Convento do Carmo sediado em LAGOS, Portugal pelas Irmãs Carmelitas deste convento para o dia 01 de Abril de 1754 e percorreram os tempos até aos nossos dias muito apreciados por todos. Por isso esta é uma data a comemorar.

Todos gostaram e este bolo conseguiu preservar-se à passagem dos séculos e actualmente, século XXI, está a ganhar projecção nacional e internacional. Então chegou a hora de identificá-lo de forma correcta.

Se utilizarmos a sua designação completa como se faz com os bolos de outras regiões, por exemplo: o pastel de Belém ninguém o designa por Beléns e muitos outros exemplos se pode encontrar por este país fora.

Ora os bolos D. Rodrigo podem ser designados assim que é a forma mais apropriada e, na pastelaria, pedimos assim:

1 bolo D. Rodrigo

2 bolos Dom Rodrigo

3 bolos D. Rodrigo

........

mas é nosso costume encurtar tudo o que se diz de modo que a mensagem que se quer passar, chegue mais depressa ao receptor. Neste caso, podemos omitir bolo(s) porque este significante é claro para a empregada da pastelaria e assim podemos dizer em português corrente

1 Dom Rodrigo

2 D. Rodrigo

3 D. Rodrigo

.......

porque o plural que advém da quantidade desejada só se pode aplicar ao significante “bolo” e não ao nome próprio que o identifica – D. Rodrigo, Governador do Algarve com residência oficial em Lagos, capital do Algarve na altura. Já agora, Lagos foi capital do Algarve de 1573 a 1762, logo durante 189 anos. =  

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